Reservas Funcionais
Diz a lenda que só usamos 10% do cérebro.
Isto não é verdade: usamos o cérebro todo, o tempo todo – de maneiras diferentes.
Considerar que só 10% são usados poderia levar a pensar que os outros 90% servem de reserva em caso de necessidade (por exemplo, após lesões cerebrais) - o que naturalmente não pode ser verdade, já que cada parte do cérebro tem sua função.
Acredita-se, contudo, que existe uma outra forma de reserva funcional no cérebro: na forma de conexões sinápticas ricas entre os vários sistemas e suas partes, que representam caminhos alternativos para o processamento de informação, sobretudo em casos de necessidade.
Como conexões sinápticas são mantidas e modeladas dependendo do seu uso, a consequência é que um cérebro usado bastante, e de maneiras bastante variadas, terá uma maior riqueza de boas conexões disponíveis para uso alternativo.
Esses cérebros, portanto, devem ser mais resistentes aos danos decorrentes do envelhecimento, ou de doenças.
De fato, o maior fator de proteção contra a demência senil e a demência neurodegenerativa é simplesmente a educação formal: quanto mais tempo se passa na escola, menor se torna a probabilidade de um dia ter sinais da doença de Alzheimer, por exemplo.
Um dos ganhos com a educação formal, que pode ser considerada um longo período de aprendizado intenso e sistematizado, é provavelmente a formação de uma extensa rede de conexões, muitas das quais talvez redundantes, que formam uma reserva mental, podendo ser recrutadas alternativamente em caso de necessidade.
Isso explicaria, por exemplo, por que algumas pessoas permanecem em forma e pensando com clareza ao longo de toda sua vida enquanto outras pessoas não.
Essas reservas mentais, contudo, precisam, podem, e devem ser mantidas ao longo da vida, já que as sinapses têm o poder de serem desfeitas, refeitas e fortalecidas o tempo todo de acordo com o uso ou a falta dele.
Por isso, nunca é tarde para investir em formar reservas cerebrais; e se você teve um bom começo na vida, investir na manutenção das suas reservas, e até aumentá-las, é uma boa ideia.
Daqui:
www.cerebromelhor.com.br
2 comentários:
Por acaso já li algo semelhante no livro do Daniel Goleman (Inteligência emocional). Concordo em que "nunca é tarde para investir em formar reservas cerebrais".
Beijos
Sou aposentada duas vezes, comecei a trabalhar aos 14 anos, estudei e trabalhei desde o curso ginasial,passei pela universidade aos 40 anos conclui o curso de letas.
Houve uma enorme mudança em minha vida. com 48 me aposentei, aos 50 fiz concurso e voltei. Trabalhei mais 10 anos e me aposentei mas não fico parada, aprendi computação, brinco de escrever e fazer umas pequenas poesias, ensino e aprendo artesanato e às quintas feira frequento as aulas na Faculdade. em casa faço o essencial,não curto fogão, amo decoração, gosto de ler e assistir fimes, principalmente documentários, gosto de estar atualizada com o mundo, detesto ficar parada.Tenho 70 anos e levo uma vida mais limitada, mas resolvo as minhas questões.
Achei ótima a idéia do seu blog para ajudar ativar a memória, acho que o principal é buscar motivação Beijos
Mare
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